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Tradução

O homem das miniaturas – Virginie Lou

Altamente Recomendável Tradução Jovem pela FNLIJ.

Capa do livro O homem das miniaturas Num bairro londrino, vem se instalar Lei Tchang, exímio miniaturista. Na vitrine de sua loja, os colegas de Alicia admiram os bonequinhos de tamanha perfeição que se poderia acreditar estarem realmente vivos. O velho artista oriental não cuida deles, como se assim fossem? Para possuí-los, ou para fazer voar as réplicas dos aviões de guerra que soltam bombas de verdade, o que não dariam alguns daqueles jovens?

E Alicia: o que encontra junto àquele homem, de coração generoso como um avô, mas capaz de estranhos momentos de cólera? Enquanto se esclarecem, por meio dele, alguns dos mistérios da existência humana, ela percebe que o segredo de Lei Tchang é, ao contrário, impenetrável.

Que segredo será esse? Qual o sentido de reproduzir em miniaturas aquilo que já existe? E o cômodo que vive trancado, o chamado "gabinete do Barba-Azul", o que será que se esconde lá dentro?

Apresentação

A violência tem sido o grande assunto nos meios de comunicação de massa e nas conversas familiares. Sentados na frente da televisão ou com o jornal aberto à mesa do café, vamos comentando os detalhes do assalto mais recente, do sequestro da semana passada. Cobramos medidas dos governantes, nos indignamos com os bandidos: queremos segurança.

A segurança é um direito do ser humano, uma condição de bem-estar. Lutar contra a violência é assegurar a todas as pessoas esse direito. Mas não é isso o que se vê ao falar em medidas de segurança. Ao contrário, as medidas de segurança tocam sempre na violência.

O mal está sempre no outro, no excluído, no desvio. Cuidar da segurança se torna, nessa perspectiva, conter o outro, de todas as formas possíveis.

O homem das miniaturas começa com um ato violento, que desencadeia em Alicia a recordação de um terrível episódio de adolescência. Num clima de conversa íntima, contruído pela dor da perda de um animal querido, pelo estarrecimento diante da forma como foi morto e pela necessidade de narrar todas essas coisas, ela leva o leitor para dentro de uma fábula lírica e aterrorizante sobre o conhecimento do mundo, de uma jovem que cresce, se sente desconfortável e faz muitas perguntas.

Perguntas que vão sendo respondidas por um velho vietnamita, um gênio na construção de miniaturas, que, ao mesmo tempo em que dá carinho e torna o mundo mais compreensível para ela, não a poupa de uma lição cruel e dolorosa.

Narrativa corajosa, O homem das miniaturas tira dos lugares habituais as fronteiras do bem e do mal, recoloca em termos originais a experiência única de um grande amor.

Com o coração nas mãos, o susto nos olhos e os dedos nas páginas, o leitor vai atrás dos segredos da alquimia da existência, engedrando perguntas e respostas que tragam um pouco de paz ao coração e à sociedade humana.


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O homem das miniaturas, de Virginie Lou.Trad. Nilma Lacerda. Rio de Janeiro: Revan, 2000.
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