Página Principal de Nilma Lacerda - escritora, pesquisadora e professora

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Ficção que adultos leem

Amores vagos

co-autoria com Alexandre Brandão, Cristina Zarur, Marilena Moraes, Miriam Mambrini, Sônia Peçanha e Vânia Osório

Capa do livro Amores Vagos.Viemos de um tempo em que a relação entre o mundo e o homem se dava pela escrita, o pensamento encorpado em tinta e papel, que nos dizia – a palavra é livro.

Agora a palavra viaja, instantânea, em diferentes suportes; toma infinitas formas e nos provoca – a escrita é livre.

Num processo que une os dois mundos, escolhemos um brinquedo antigo, o estilingue, para criar um selo e fazer navegar nossas ideias entre universos concretos e virtuais, embora tenhamos a palavra ancorada em porto seguro – livro.

Nossa pequena orquestra, afinada em ritmo, harmonia e andamento, embora dissonante em bemóis e sustenidos, traduz sua diversidade nos textos, tecidos em diferentes dimensões, num projeto que une amigos e escrita.

A você, um pedido: estilingue em punho, mire, sem respiro nem pestanejo, um próximo leitor, passando adiante o seu exemplar, para que a nossa palavra – livro – viaje numa ciranda sem fim – livre.

Apresentação Luiz Ruffato

1985: o Brasil acabava de se livrar da ditadura militar e perspectivas imensas se abriam para a população do país. Mas, devido à desorganização da economia, vieram anos duros, a chamada "década perdida", com inflação fora de controle e aventuras políticas, como a desastrada tentativa de Fernando Collor e seus asseclas de constituírem um poder mafioso incrustado no Estado. Nessa mesma época, interessados em ampliar seus conhecimentos sobre a escrita, Alexandre Brandão, Nilma Lacerda, Miriam Mambrini, Marilena Moraes, Vânia Osório, Sônia Peçanha e Cristina Zarur frequentavam uma oficina literária. Desse encontro, efêmero e circunstancial, nasceu uma grande amizade, edificada em interesses comuns e admiração mútua. Vencendo as vicissitudes dos dias – e foram tempos difíceis, e foram tempos complicados –, eles mantiveram-se unidos, e lá se vão 25 anos! Em 1991, publicaram A palavra em construção, primeira coletânea a reunir os contos do grupo, do qual Amores vagos é desdobramento e coroamento. O leitor perceberá, neste livro, que, embora não necessariamente comunguem ideias estéticas comuns (afinal, distante está a época das "profissões de fé"), podemos detectar alguns procedimentos convergentes, como a preponderância do espaço urbano, o realismo da narrativa, a linguagem coloquial. Amores vagos, enfim, é uma declaração de princípios, que tem como corolário a reafirmação da literatura e a reafirmação da amizade num mundo que vem refutando uma e menosprezando a outra. E é também um convite: um convite para que nós, leitores, partilhemos esse momento de trégua e reflexão.


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Amores vagos, em co-autoria com Alexandre Brandão, Cristina Zarur, Marilena Moraes, Miriam Mambrini, Sônia Peçanha e Vânia Osório. Niterói: Alternativa Editora, 2010.
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